Comunidade Mulheres que Viajam Sozinhas

Mudança. Por Mislene Santana

by Lu Trevisan
Mulheres que Viajam Sozinha

Foto: Mislene Santana

Você se sente feliz a maior parte do tempo? Sua resposta é positiva ou negativa para essa pergunta?

A Mislene Santana nos presentou hoje com esse belo relato. Se você busca motivação para mudar a sua vida, leia o que a Mislene escreveu em nossa comunidade. É um relato de viagem e de vida, uma história de amor, e um relato sobre mudança.

“Você é feliz vivendo a história que vive e sendo quem você é hoje?” Se a resposta for negativa, mude.

Relato de Mislene Santana

Eu acompanho esse grupo de perto, embora não interaja muito, e vejo que muitas mulheres ainda possuem o conceito ou a dificuldade em viajar sozinha e fazem isto parecer um enorme bicho de sete cabeças; o que é compreensível.
Gostaria de dividir um pouco da minha história por aqui e sobretudo os ganhos de quando se viaja só e tudo o que se emana é gratidão…

História de vida

Eu tenho uma história de vida daquelas um pouco sem graça, de quem estudou e trabalhou muito em todas as fases da adolescência para conquistar uma boa colocação no mercado de trabalho. Afinal, é assim que somos ensinados né? É neste contexto que somos inseridos.

Produtos para Viagem

Mas desde muito, muito menina eu sempre tive um espírito livre. Sabe quando você se sente de nenhum lugar e de todos os lugares ao mesmo tempo? Quando se tem uma enorme gana em ouvir a história das pessoas e conhecer lugares? Eu amo a simplicidade do que os momentos genuínos são capazes de nos proporcionar.

Aos 21 eu fui morar sozinha. E desde então a caixa em que todos me diziam para habitar já não me servia mais… Eu comecei a me questionar quanto a propósitos e mais que religião buscar por espiritualidade. Sobre conceitos adormecidos dentro de mim.

Mas quando se está inserido em uma realidade “confortável” e supostamente feliz, é difícil enxergar saídas para concretizar a mudança. Não se palpa caminhos.
Então, comecei a realizar viagens nacionais sozinha.

Inspiração. Ilha Grande

Logo o #errejota se tornou minha segunda casa. Sem pudor eu já não tinha motivos ou desculpas para viajar. Eu simplesmente ia. Cada cantinho novo do Brasil era como um pedaço que eu preenchia do meu coração.

Mas… foi na minha segunda vez na “Ilha grande” que uma viagem de 15 dias me viraram todas as chaves possíveis pra me fazer acordar de vez. Lá eu pude viver experiências de auto conhecimento tão intensas que finalmente compreendi que a nossa vida é um infinito de novas possibilidades todos os dias. Entendi o quanto eu era honesta comigo e minha própria companhia e maturei um desejo enorme de me tornar melhor (que eu mesma) a cada dia.

A Ilha é tão especial, que considero quase que um lugar sagrado. Quem quiser se encontrar, lá há muitos ingredientes para isso.
*Desde então eu me prometi que todos os anos, ao menos uma vez, eu realizaria algo que nunca fiz antes. Algo que me desafiasse*.

Um amor na Patagônia

Mulheres que Viajam Sozinhas

Fitz Roy. Patagônia. Foto: Mislene Santana

E seguindo com está promessa (ano após ano), em Março de 2018 (aos 28 anos) eu fiz um mochilao a América do Sul com enfoque na Patagonia Argentina e Chilena.
Me recordo como se fosse hoje que eu nunca estive tão aberta e sincera com tudo como estive nesta viagem. Eu realmente fui eu em cada segundo.

E logo, o destino me presenteou: no segundo dia em Ushuaia conheci um mochileiro de Israel e seguimos viagem juntos. A amizade e inúmeras afinidades começaram a ficar evidentes dia após dia. Percorremos toda a Patagônia a pé, de carona, de bus, avião, carro e moto…

E ao final dessa trip (pouco mais de 40 dias) havia amor… Amor daqueles que eu nunca vivi antes. Daqueles que te impressiona em cada detalhe e que custei a admitir para mim.
Para resumir… Em maio/2018 ele veio ao Brasil. Em setembro/2018 eu fui a Israel para conhecer sua família. Em dezembro/2018 ele retornou ao Brasil, para desta vez conhecer minha família e passar o ano novo comigo.

Hoje ele já está falando português (eu ainda fico impressionada com isso, rs). E em Abril deste ano, após 1 ano de namoro eu vou a Portugal para casarmos e construir nossa história juntos. É louco, mas é real.

Mudança

Todo este relato não é para falar da minha história de amor. Para mim o “amor” é a fortuna que eu pude receber por tudo que tenho buscado todos esses anos. E sim, me sinto agraciada por viver uma história assim. Mas eu falo sobre MUDANÇA.

Se há alguma dúvida no seu caminho, então reflita. Repense. Replaneje. E talvez recomece.

Você é feliz vivendo a história que vive e sendo quem você é hoje? Se sim, então apenas agradeça e viva o propósito de Deus para você. Mas se a resposta é NÃO, então mudar é preciso.

Não se vitimize. Não tema. Não dê ouvidos ao que as pessoas negativas dirão, ninguém irá viver por você; ninguém sabe os prazeres e dissabores de ser você.
Comece aos poucos.

Esteja aberta ao novo

Mulheres que Viajam Sozinhas

Mar Morto. Israel. Foto: Mislene Santana

Faça uma viagem. Faça novos amigos. Frequente novos lugares. Mude de relacionamento, de emprego, de bairro/cidade ou quem sabe país. Mude internamente e encontre resposta para as lacunas.
Seja honesto e verdadeiro com você. A vida passa num piscar de olhos e você precisa viver o melhor que pode todos os dias; porque para quem não sabe onde ir qualquer caminho serve.

Para encontrar é essencial a busca. Eu ainda busco por muitas coisas.

“Sinta-se em casa em si”.

Eu espero te tocar como um dia naquela Ilha fui tocada

Por Mislene Santana

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2 comments

Paulene 10/02/2019 - 01:10

Linda historia! Você continuará viajando e conhecendo novos lugares como prometeu?

Reply
Mislene Santana 17/05/2019 - 20:50

De uma forma diferente sim.
Eu espero conhecer muito deste mundo a fora ainda, e as pessoas e particularidades que nele estão inseridos.

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