Comunidade Mulheres que Viajam Sozinhas

Namíbia, Botswana e Zimbábue por Marina Jerez

by Mulher Viajante

Inglês com a gringa

Namííbia, Botswana e Zimbábue.

Que viagem sensacional a Marina Jerez realizou e dividiu com a gente em nossa comunidade de mulheres viajantes.

Esta região da África onde a Marina esteve ainda é pouco explorada pelas viajantes. Então que tal começar a pensar em ir pra lá?

Dá uma olhada neste relato. E aproveita e passa lá no insta da Marina para ver mais dessa viagem.

Relato de Viagem: Marina Jerez

Eu não falei que voltava pra contar mais?
Genty, como falei em outros posts, eu fui para o sul da África agora em julho. 10 dias perambulei sozinha pela costa da África do sul, e os outros 20 fiz o chamado overland tour, cruzando os 3 outros países dentro de um caminhão com mais 23 pessoas de todas as partes do mundo, e acampando.
Já esclareço que eu não sou fã de viajar com agências, roteiros fechados, etc. MASSSS
Meu tempo curto de férias e o desejo de conhecer todas essas regiões, aliada a uma certa falta de infra estrutura pro viajante QUE NÃO DIRIGE, me levaram a contratar esse tour, feito pela empresa Nomad Adventure, chamado Cape to Vic Falls, e lhes digo: valeu cada centavinho!

Overland Tour

No tour, você já paga pelo transporte, acomodações (maioria de camping, e uns 3 ou 4 dias em hospedagens com cama de verdade hahaahaa), a maioria das refeições (quando parava em uma “cidade grande”, os dias eram livres, mas em geral todo mundo ia comer num restaurante mais legalzinho da cidade, e BEBER né kkkk).
Pois bem. O tour sai de Cape Town, e começa na região dos vinhos, uma coisa gourmezinha, degustação e tal, e paramos na primeira hospedagem, os guias nos ensinam a montar as barracas, e nós escolhemos nossa dupla. Jantamos e fazemos as apresentações.

Produtos para Viagem

Cenários de tirar o fôlego

A medida que avança, vai ficando mais irado, no próximo dia fazemos canoagem pelo Orange River, no outro já estamos no fish River Canyon, só cenário paulada de lindo, um atrás do outro.

River Fish Canyon. Namíbia. Foto Marina Jerez

Aqui faço uma abertura pra informar que as distâncias cobertas são muito grandes. Há dias em que passamos quase o tempo todo dentro do caminhão na estrada, mas não me arrependo. Foi o tipo de viagem que “o que importa é a jornada, e não o destino”. Claro que minhas costas não pensaram o mesmo hahahaha, mas apesar de cansativo, foi incrível presenciar a mudança de cenário, do deserto pro semi, pra savana, pra selva, pra cidade. E de vez em quando uns elefantes atravessarem na estrada, às vezes ter que parar para dar passagem a belas girafinhas…ahhh, que saudade!Dividi minha barraca com uma sul coreana, que é uma mochileira raiz. Ela iniciou sua jornada ali conosco, e continuou por mais países da África, subiu o Kilimanjaro e muito mais. Que hino de mulher! 💙 As amizades que a gente faz no caminho, não tem preço.
Voltando ao tour, fizemos caminhadas pelo deserto com guias especializados, esse doido aí dá foto comendo lagarto, sabia demaaaaais da região, e contava tudo de um jeito muito descontraído (eu rolava de rir, mas aprendia muito hahaahaa). Ah, e aqui já estamos na Namíbia, ok?

Parque Namíbia Naukluft

E falando em Namíbia, o ponto alto dali, é claro, são as dunas e o deadvalei. Era um dos cenários que eu mais aguardava, e é tão lindo quanto as fotos indicam (e nem posso dizer das minhas que eu acabei aproveitando tanto o lugar que esqueci de fotografar muito kkkk), os contrastes enchiam meus olhos, me emociono até de lembrar…e pensar que há milhões de anos, ali se passava um rio! E hoje é mais seco que minha canela no inverno kkkk

Dunas Deadvlei. Parque Namíbia Naukluft. Foto Marina Jerez

Depois desse trecho, começaram a aparecer os primeiros animais…babuínos, antílopes, zebras da montanha…cada novo spotted era um alvoroço de cliques de câmeras e “oooohs” saindo da boca de todo mundo. Mas sempre tentando manter o silêncio, para respeitar a vida e não espantá-los (regras importantes, principalmente nos safáris).

Uma paradinha tranquila na placa famosa do trópico de capricórnio, e uma foto de família maluca, que tem parente em cada continente do mundo 💙

Conhecemos swapkomund, e walvisbay, lagoa que é possível avistar flamingos lindos, e com sorte, até golfinhos! Nessa cidade é possível fazer alguns passeios radicais, mas eu aproveitei pra passear pela cidade, conversar com gente, ir na farmácia (cada um com suas manias…a minha é ver o que tem de bom na farmácia das cidades)

Essa é a primeira parada com hospedagem em uma cama, em um quarto.

A cidade tem características alemãs na arquitetura, e é muito pequena, mas é uma gracinha. Tem um pier que dá uma vista liiiinda pro por do sol (aliás, África é open por do sol maravilhoso, eu tive 29 cenários diferentes pra esse momento, e registrei todas essas belezuras).

Ali encontrei também alguns angolanos, e deu pra falar um pouquinho de português, mas essa viagem foi um curso intensivo de inglês como nunca tive! Exercitei a língua exaustivamente, voltei me achando A fluente hehehe

Seguimos o tour e conhecemos spitzkope, região com umas formações rochosas muito malucas, e que também tem pinturas rupestres de um dos povos mais antigos da África (e da humanidade como um todo).
Vi meus primeiros elefantes!! E chorei demais! Gente, cada bichinho que eu via era uma lágrima nova escorrendo. Vocês tem noção do privilégio que é poder ver esses animais em seu habitat, longe das jaulas?
Visitamos a tribo himba, conhecida pela massa ocre que passam no corpo e nos cabelos de suas mulheres, e também mulheres herero, que vivem na mesma região. Tive sentimentos mistos em relação a esse momento, em parte porque parece zoológico de gente, mas por outro lado sei que é uma fonte de renda deles, e de qualquer forma é importante a experiência. Ali descobri que as crianças vão a escola (ainda que super precárias), mas também seguem com as tradições de seu povo.

Etosha National Park

Acredito que já esteja falando do dia 10, quando entramos no Etosha National park. Lindo lindo! A noite tinham waterholes em que podíamos aguardar a presença de algum animal, e ali vi uns 10 elefantinhos e também um rinoceronte (vocês sabiam que ele é super barulhento, enquanto o elefante não faz um pio, e nem dá pra ouvir o passo deles?), Hienas e antílopes.
Já falei do céu? Gente, o que é o céu da África, me explica? Que coisa mais linda! Explosão de via Láctea toda noite. Fiquei muito feliz quando consegui capturar algumas fotos desse desbunde com minha câmera no modo manual *-*.

O Etosha tem uma grande planície salgada, que os animais se beneficiam, lambendo o solo para obter sais minerais. E nós brincamos um pouco com perspectiva, igual fazemos no uyuni ou outros desertos.

Etosha. Foto Marina Jerez

Ah, tava quase esquecendo! Eu não vi leão nessa viagem, massss eu vi 3 irmãs cheetahs comendo uma zebra! Pqp que momento, que frio na espinha, que beleza!
A próxima parada foi na capital windoek, fizemos um city tour, descobrimos o quão recente é a independência desses países (nesse caso,em março de 1990!), Como eles também sofreram com o apartheid e quais são as complicações desse sistema nos tempos atuais.
Aqui ficando em mais uma hospedagem, muito legal, por sinal. E minhas costas agradecendo, novamente.

Botswana

Daí cruzamos a fronteira para o Botswana, e fomos para meu lugar favorito na viagem: o delta do Okavango.
Eu não tinha dado a menor bola pra isso quando li o roteiro, mas Deus sabe o quanto eu paguei minha língua. Que lugar incrível! Que paz, que ecossistema! Lembra um Pantanal nosso, talvez, por ser uma região alagada. Tem crocodilo na água? Tem! Tem hipopótamo saindo a noite e assustando a gente com o barulho deles? Tem!! Mas ali eu também conheci o papiro, a planta! Naveguei em um mokoro, uma canoazinha controlada pelos Polers, nativos que sabem se equilibrar de pé e remar nessas pequenas embarcações….vi diversas espécies de pássaros, um mais colorido que o outro, vi águia, pisei em cocô de elefante (mas parece farelo de madeira agrupado hahaha só comem mato né )
É muito lindo!

Em Botswana também vimos os famosos baobás (sim, aquela árvore do pequeno príncipe). São ENORMES e tem um formato muito doido. Como era inverno, estava sem folhas, mas é visível a sua magnitude.
Quase no fim, seguimos para meu outro passeio favorito: o gamedrive no Chobe National park. Foi muuuuito incrível, porque, diferente do Etosha, nesse vamos em carros 4×4, e ficamos muito mais próximos dos animais! Inclusive fiquei em choque quando babuínos começaram a tretar do lado do carro, e chorei quando vi uma pescoçuda de pertinho, com as impalas, até com o javali (famoso Pumba hahaha).
Também fizemos um cruzeiro para avistar os hipopótamos, elefantes e outros animais de um barco, passeio gostoso, com direito a mais um por do sol pra guardar na memória, e também vi búfalos nesse momento! Aí tirei essa foto que achei bem globo rural dizem que eles são bem brabo, mas naquele momento só pareciam vaconas mesmo.

Foto Marina Jerez

A viagem termina em Victoria Falls, fazendo o passeio no parque das cataratas. Lindo, molhado! Mas aqui deixo uma ressalva: Foz do Iguaçu é muito mais top hehehe e os quatis são muito mais amigáveis que os babuínos, choices, né, mores.
Por sinal, vicfalls é uma cidade cara pra dedeu, pq utiliza dólar . Mas ela não muda o valor, sabe? Um cafezinho aqui custa sei lá, 5 reais. Lá custa 5 dólares, me entendem? Sofrido! Ainda bem que só passei uma noite hahaha
No fim o grupo janta e faz uma despedida, regada a muito choro (eu sou 0 sentimental, mas a vibe que rolou com esse grupo, foi fora do comum…)
Sobre a Nomad, só tenho elogios. A comida preparada pela guia Thandi era uma delícia, sempre tinha variação, opção vegetariana, vegana, pra quem precisasse. Tanto ela quanto o marido, Z, ou Zanele, eram um poço de sabedoria sobre o local, não só porque são africanos (nascidos no Zimbábue), mas porque estudaram pra isso. A thandi está terminando uma pós graduação em alguma coisa sobre manejo de animais (não é essa a palavra, tá me faltando no momento, mas o que eles disserem, podem confiar: são especialistas! E se não sabem, carregam uma série de livros para estudarem e passarem a informação pra nós).
Toda noite havia a famosa fogueira de acampamento, e quando esperávamos pela janta, conversávamos sobre o que havíamos visto durante o dia, e aprendiamos mais e mais. Quem quisesse podia ir dormir também, mas eu quis sugar cada palavrinha que saíssem desses seres humanos incríveis!

Valores do tour

O tour deve ficar de 7 a 8 mil reais. É grana? É. Mas se dividir por dia, é um preço razoável, e se for levar em conta tudo o que eu vi e vivi, eu acho que paguei foi é pouco (mentira, eu suei pra pagar isso ai durante o ano mas planejamento é a alma do negocio, fui pagando aos poucos no cartão… 2 mil de PLR, 2 mil de décimo, graninhas vão entrando, graninhas vão saindo, e deu tudo certo!)
Espero que tenham gostado, e espero que se interessem pela África. Quem quiser, posso dar mais informações, tanto sobre esse tour, quanto os meus 10 dias sozinhas pela África do sul.
O mundo é maior que Disney e Europa, gente. Tenho certeza que esse grupo aqui sabe, mas é sempre bom relembrar 💙💙💙💙💙🌍🌍🌍

Edit: a mana me lembrou sobre algo importante: já havia tomado a vacina contra febre amarela, e também me consultei em SP com um médico do viajante, basicamente um infectologista, que analisou meu roteiro e me indicou tomar um remédio que reduz os efeitos da malária, caso eu a contraísse, por estar em regiões de risco. Para isso, me forneceu uma receita em inglês, que levei comigo e comprei lá na África do sul o tal do remédio. Mas a consulta é importante para ver o que é mais adequado a sua pessoa, e também ao seu roteiro.

Por Marina Jerez

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1 comment

Viajar Sozinha para a Africa do Sul 19/01/2019 - 14:04

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