Comunidade Mulheres que Viajam Sozinhas

Viajar Sozinha para a África por Maria Fernanda Romero

by Lu Trevisan
Mulheres que Viajam Sozinhas
Mulheres que Viajam Sozinhas

Menina da Tribo Maassai na Tanzânia. Foto Maria Fernanda Romero

 

Viajar sozinha para a África pode ser um desafio para muitas mulheres. Mas nossa comunidade tem algumas mulheres que já foram e vêm contar pra gente um pouco de sua experiência.

Se você é mulher e quer viajar sozinha para a África para misturar com as belezas étnicas e naturais daquele continente, dá uma lida nesse relato da Maria Fernanda Romero.

Além das belas fotos, você pode saber mais das experiências da Maria Fernada visitando o perfil dela no instagram @culturanavegável e também no Blog www.culturanavegavel.com

 

Relato de Maria Fernanda Romero

Mulheres que viajam sozinhas

Zanzibar. Tanzânia. Foto Maria Fernanda Romero

Produtos para Viagem

Como foi atravessar da Tanzânia até o Malawi de ônibus?

Muita gente tem receio e até rola alguns mitos sobre as fronteiras. Por isso queria compartilhar minha experiência de como foi atravessar a fronteira da Tanzânia com o Malawi.

Depois de passar duas semanas na ilha paradisíaca de Zanzibar, comecei a viagem de ônibus pelas cidades menos turística da Tanzânia.

A primeira parada foi Dar Es Saalam. Não fiquei muito tempo e também não achei nada demais. Uma metropóle como qualquer outra, com muitos shoppings, lojas grandes, trânsito e doideira.

Lá peguei um ônibus para Morogoro, uma cidade montonhosa ao pé do Parque Nacional de Mikuni.

Em Morogoro fiz trekkings, nadei em uma cachoeira maravilhosa, e tive a oportunidade de conhecer um maasai que me levou em sua tribo há uma hora dali.

Tribo Maassai e Parque Nacional

Tribo Maasai. Tanzânia. Foto Maria Fernanda Romero

A experiência na Tribo Maasai foi um mergulho em uma realidade muito distante da minha. Me impressionou muito a forma de vida deles: simples, leve e com muita conexão e respeito com a natureza.

Dali, segui para o sudeste. O ônibus atrasou quase uma hora. Algo que é bastante comum na África, viajar aqui exige muita paciência.

Mas o caminho valeu a pena. A estrada passava por dentro do parque nacional, então vi muitas girafas e antílopes no caminho.

A cidade de Iringa me recebeu com um arco-íris. Também no alto da montanha e rodeada de pedras místicas.

O monumento de pedras Gangilonga, também conhecido como “pedras que falam”, tem uma explicação mitológica de que seria um espaço de comunicação e conexão com os ancestrais.

De Iringa fui para minha última cidade na Tanzânia, Mbeya. Quase na fronteira com o Malawi e também com a Zâmbia, dali saem ônibus para ambos os países.

Comprei minha passagem para Chimbita por $ 25 e embarquei logo ao amanhecer. Na verdade atrasei uns 15 minutos. Mas dessa vez o african time estava ao meu
favor. Eles me esperaram! Mas infelizmente, a viagem não foi como o esperado.

Percausos

O ônibus me deixou em um dala-dala, que parou em uma estrada de terra no meio do nada. Era o ponto final. Um moto-taxi estava me esperando para me acompanhar até a fronteira. Estava desconfiada,
mas ele reafirmou “Você é a menina do Brasil, o Móses me disse que você viria.” Não tive opção além de acreditar. Ou era ir com ele ou ficar no meio da estrada.

Cheguei de moto no Malawi. Nenhum problema pra imigração. Mas e o ônibus da fronteira até Chitimba que tinham me prometido?
Ele não existia. O moto taxi me deixou em uma van, ele mesmo pagou a passagem, afinal, eu já tinha pago por um ônibus que não existia. O problema foi que a van parava em Karonga. Eu teria que pegar e pagar outra van.
Não aceitei ter sido enganada e comecei uma discussão no meio da estrada. Gritarias em todas as línguas. Plateia. Vans paradas. Literalmente, armei um barraco.
Foi então que um dos passageiros me deu o valor para pagar a van de Karonga a Chitimba. Tem muita gente boa no mundo pra te ajudar, no Malawi encontrei algumas.

Viajar é estar aberto ao pior e ao melhor do mundo. Mas você escolhe qual lado levar consigo.
Meninas, estou viajando sozinha pela África há 3 meses, no momento estou no Malawi. Já passei pela Tanzania e Quênia. Quem quiser ver mais fotos e relatos, compartilho tudo no meu instagram instagram.com/culturanavegavel/

 

Por Maria Fernanda Romero

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