Mesmo as viajantes mais acostumadas a viajarem sozinhas e descobrirem culturas completamente diferentes da nossa com certeza vão se identificar com esse texto.
Quantas vezes não nos vemos paralisadas ou intimidadas pelo medo? Mas felizmente, na maioria das vezes, nós nos surpreendemos e descobrimos que o mundo é bem melhor do que parece e que estávamos simplesmente… equivocadas.
Leiam a experiência da Tainá e tenham vocês também uma outra perspectiva sobre viajar sozinha para a Jordânia.
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Relato de Viagem: Tainá Pereira
“Viva sua própria experiência, e julgue com seus próprios olhos”. ⠀⠀⠀
Foi difícil passar pela imigração da Jordânia. Foi cautelosa a forma que me arrumei pra ir pra rua. Foi insegura a minha decisão de sair andando sozinha pra onde eu queria. E na hora que fui pra valer, parecia que eu tava pronta pra pedir “SOCORRO”.
Após horas andando pelas ruínas, e logo onde não tinha um ser vivo, surge um homem do além, com toda aquela vestimenta jordaniana.
A cada passo que ele dava na minha direção, meu coração batia mais rápido. Não dava pra sair correndo, pq eu seria louca demais, e ainda deixaria meu tripé lá montado, e pior! Perderia um ângulo de foto incrível. Paguei pra ver. O homem, muito elegante perguntou de onde eu era, se eu estava gostando de seu país, onde estava meu marido e filhos, e deu as boas vindas. Aquele típico interrogatório, com suas expressões de incredulidade, após ouvir que eu estava sozinha e não tinha filhos e marido. Durante meu estudos pré viagem sobre “como agir no Oriente”, aprendi que era melhor dizer que era viúva do que solteira. Eu já tinha todo o texto mentiroso na minha cabeça, mas na hora, resolvi que eu deveria ser autêntica quanto aos valores da minha cultura. Ele se foi, e 5 min depois, voltou acompanhado.
Perigos do Oriente?
Surtei! Já pensei que a menina era esposa dele, tava pronta pra dizer não pro pedido de casamento, e pra gritar “socorro” caso ele me pegasse a força. Minha imaginação fazendo seu melhor trabalho, depois de tantos questionamentos que recebi quando dizia “vou sozinha pro Oriente”. A menina toda serelepe, tinha brilho nos olhos pra falar comigo. Me interrogou mas com expressão compreensiva quando eu dei as respostas, falou sobre sua vontade em viajar, disse que queria treinar o inglês, mas ali não tinha muitos turistas. Ela era filha daquele homem simpático, que ainda chamou toda sua família pra me conhecer: a esposa, e o filho pequeno. Confesso que por dentro, eu queria sair correndo de medo achando que era uma armadilha, mas eu sabia que eu precisava me desarmar da insegurança dos “perigos do Oriente”.
Essa foto, e mais outras foram o registro que ele insistiu em fazer, desse momento lindo, em que fui tão bem recebida, num país tão diferente.
Viva sua Própria Experiência
Eu li tanta coisa enquanto pesquisei sobre a Jordânia e o Egito, e como a cultura é tão distinta da nossa, que sempre digo que quase fiz uma graduação de tanto estudar sobre lá. Mas a verdade é que a gente lê o ponto de vista dos outros, e já vai com pedra na mão. Eu poderia dizer que li muitos exageros, mas estaria sendo injusta, pq cada um passa uma experiência e avalia ela da sua forma. E foi por esses “exageros”, que fui tão pronta pra respeitar a cultura deles. Diria ainda, que meu medo de estar sozinha por lá, durou só o primeiro dia, mas meu botão de defesa ficou ligado a todo o momento que eu passava alguma história que já tinha lido. Eu só desliguei, quando um amigo de estrada disse “viva sua própria experiência, e julgue com seus próprios olhos”.
Queria compartilhar esse relato, que foi um dos meus últimos textos sobre a experiência mais incrível que tive viajando sozinha.
Por Tainá Pereira
1 comment
Fui este verão à Jordânia, sozinha, como gosto. Povo tão acolhedor, respeitador, sorridente, perguntando sempre where are you from….. .Wellcome to Jordan, diziam, e andavam sempre, cumprimentando e sorrindo. Ofereciam doces se estavam comendo…houve até um polícia que ofereceu a casa se eu quisesse conhecer a sua família. Fiquei até triste por não conseguir aceitar, mas a minha coragem não iria tão longe. Povo maravilhoso e terra incrível!